Inconstância Constante
Constante nas reticentes inconstâncias...
quarta-feira, 26 de setembro de 2018
Vestimenta
domingo, 2 de junho de 2013
sábado, 29 de dezembro de 2012
Melhor parte
Escolhe aquele mesmo vinil de sempre. Coloca para tocar e senta-se na cama para ouvi-lo. Gosta de todas as músicas, mas a última é, sem dúvida, a melhor delas. Ainda assim, escuta todas, pacientemente. No fim da penúltima música, o telefone toca e ela vai atender. Ao voltar, o disco já não roda e uma sensação de vazio a preenche. A melhor parte aconteceu sem ela.
terça-feira, 12 de junho de 2012
Vitrine
Ela despertou assustada, com a sensação de que alguém a observava. Esfregou os olhos tentando reconhecer as coisas ao redor, mas demorou até que suas pupilas dilatassem o suficiente para permitir que visse alguma coisa naquele breu que a cercava. Tateou no escuro à procura do abajur que ficava ao lado de sua cama. Acendeu aquela luz fraca que apenas servia para não atropelar os calçados no chão ou as roupas espalhadas pelo quarto. Olhava ao redor como se procurasse alguém, aquele alguém que a observava quando acordou. Mas não havia ninguém naquele quarto pequeno e com poucos móveis. Ainda assim, ela continuava olhando, com aquela mesma sensação terrível que a tirara de seu sono tão pesado. Intrigada, levantou da cama para inspecionar o resto da casa, mas, novamente, não encontrou ninguém. Já amanhecia e ela precisava trabalhar. Na tentativa de afastar aquela sensação ruim, escolheu um vinil da Elis e colocou para tocar. Ela gostava de ouvir música logo cedo, enquanto se arrumava demoradamente para sair. Tomou um banho, escolheu uma roupa qualquer e a deixou sobre a cama. Com seu moletom surrado, foi fazer um café. Ela gostava de vestir a roupa de sair só depois de comer, pois era atrapalhada demais para correr o risco de precisar escolher outra roupa. E por mais ocupada que estivesse, a todo momento olhava para os lados, buscando o olhar de alguém que a observasse, mas nunca encontrava.
Caminhando pelo calçadão, como costumava fazer todas as manhãs a caminho do trabalho, deteve-se em frente àquela vitrine. Não se lembrava de ter visto algo assim antes. A impressão que tinha era de que, por trás daquele vidro, houvesse um quarto ou uma casa inteira. Pensou que poderia ser uma loja de decoração, daquelas que vendem móveis planejados para todos os ambientes. Mas havia algo ali que o fazia acreditar que não era uma loja como outra qualquer, talvez pela disposição nada comum daqueles móveis visivelmente usados, pelos objetos aparentemente fora de lugar ou pelo par de sapatos cheios de lama ao lado do que parecia uma porta de entrada. Depois de alguns instantes ali, parado, olhou ao redor e viu que algumas pessoas haviam unido-se a ele na observação daquela estranha vitrine. Foi então que, ao ver nos rostos das pessoas expressões de espanto e descrença, virou seu olhar de volta para aquela vitrine e descobriu que não se tratava de uma loja, mas sim de uma casa de verdade, com uma moradora cuja rotina podia ser acompanhada por todos que ali estavam. Não conseguiu entender os motivos para que aquela casa estivesse ali. Na verdade, foi capaz apenas de olhar para aquela mulher vestida com um moletom surrado e chinelos velhos, preparando seu café da manhã.
sábado, 2 de junho de 2012
Sobre janelas e portas
segunda-feira, 21 de maio de 2012
Sobre a arte de escolher
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
Ainda assim...
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
Mais um conto de desilusão
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
quinta-feira, 7 de julho de 2011
Palacete
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Sobre odiar alguém
terça-feira, 8 de março de 2011
Théatron
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Lua
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Desassossego
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
domingo, 7 de novembro de 2010
Perto demais
sábado, 18 de setembro de 2010
Euforia
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Madrugadas
segunda-feira, 21 de junho de 2010
(...)
domingo, 30 de maio de 2010
Coisa de mãos
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Reticência saudosamente cirandada
terça-feira, 4 de maio de 2010
Labirintos vivos
sábado, 10 de abril de 2010
Abandono
domingo, 28 de março de 2010
Post emprestado...
KITCH
Abaixa um pouco, o ombro deixando cair a fina alça da blusa. Sorri, mordendo os lábios após abaixar o rosto e deixar os cabelos curtos cobrirem seus olhos. Sente o desejo entrecortado pelo torpor. O arrepio leve nos pelos do corpo inteiro escoa e ecoa num gemido fortuito.
Sozinha. Não espera por mãos que possam cobrir seus poros, nem uma língua que cultue a lascívia do seu corpo. Tem tido dias assim, de completa solidão, uns goles de vinho barato e cigarros deixados na metade.
Não quer desperdiçar o desejo num rosto sem nome. Cansou. Decidiu que, de duas semanas atrás em diante, será démodé e cafona, apostando umas fichinhas num amor bem breguinha e piegas como as baladas de Barry White.
Anda descalça pela casa, saltando pelos cantos silenciosamente pra não assustar os amores que, às vezes, se escondem atrás das portas e dos móveis. Encolhe-se na ponta do sofá agarrando as pernas e descansando o rosto sobre os joelhos.
Há sempre muitos mistérios gostosos na espera cálida por amores breguinhas e piegas.
quarta-feira, 3 de março de 2010
Espera
Então ela esperou, colocou-se à disposição, ficou lá, como quem não quer nada, mas certa do que esperava. E ele não apareceu. Ela esperou mais um pouco, mas parecia não adiantar. A solidão em seu peito não podia ser diminuída por quem ela encontrava. Parecia que só ele seria capaz de tirá-la daquela angústia que aumentava a cada pessoa com quem ela falava. Não encontrava em qualquer um o que precisava. Nem mesmo sabia se encontraria nele o que queria, mas era ele a esperança do momento.
E ela continuou ali, como se não houvesse mais o que fazer, desejando que ele aparecesse em seu cavalo branco, a libertasse daquela torre e a salvasse da maldição da bruxa. Mas ele não era um príncipe encantado, nem mesmo ela era uma princesa inocente. E sua vida, principalmente, não tinha nada de conto de fadas. Ele não apareceu.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Segredo
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Travessia
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
Contraste
Ele não conseguia mais imaginar sua vida sem ela. Desejava aquele corpo claro, aquela barriga lisa, aquela cintura fina. Sentia-se cada vez mais seduzido por aqueles olhos claros onde podia observar as pupilas dilatadas quando ela olhava para o escuro. Envolvia-se mais e mais com aquele perfume de folhas de outono que cobria o corpo dela e impregnava-se no seu. Sentia-se atraído por aqueles seios redondos, aquele corpo que de tão pequeno parecia frágil, e que de tão perfeito parecia irreal.
Eles tinham um costume incomum, mas que os encantava e envolvia por incontáveis minutos: observar suas mãos juntas. Os dedos finos e claros dela pareciam seduzidos pela mão forte dele. Seus dedos entrelaçados causavam um contraste encantador. Ela era branca, ele era negro. Dois opostos tão parecidos, tão aproximados, tão envolvidos em um só sentimento. Amavam-se, e isso os bastava.
sábado, 13 de fevereiro de 2010
Contentamento Descontente
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Momento Perpétuo
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
Despedida
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Inconstância
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Aconchegante Imensidão
sábado, 9 de janeiro de 2010
Separação
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Acabou!
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Vontade incansável
Ainda que seja sempre assim, ela sabe que será, continua esperando, continua acreditando, continua desejando, sempre as mesmas coisas. Talvez o que ela não saiba é que só é assim porque ela deseja que seja. Por mais inconsciente que seja esse desejo, espera, espera, e espera...
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
"Pintar um clima"
Pobrecitos de los traductores. Me pongo a pensar como álguien traduciria la frase pintar um clima del brasilero a otra lengua. Ni siquiera el sentido de la frase es traducible sin que pierda en espiritu y exactitud. "Se creó una inesperada atmósfera de atracción mutua" no es exactamente lo mismo. Clima, en este caso, aún se puede trasnportar con ele sentido casi intacto, pero pintar como sinónimo de aparecer u ocurrrir, sólo con un grán preámbulo explicativo. Pobres traductores.
Nosotros sabemos que la frase no significa sólo una súbta alteración "eróticoambiental" de expectativas entre dos o más personas. Tiene también una connotación demasiado fatal de algo sucediendo contra la voluntad y el mejor juicio de uno, de algo que no podría pintar, pero, diablos, pinta. Un sacerdote puede, mientras realiza un matrimonio, mirar la novia y listo, pintou um clima. El sacerdote se pierde mientras habla, tartamudea, se olvida lo que tiene que hacer. Se cae el anillo de la novia. Cuando los novios se van a besar, el sacerdote grita "No!". Consternación en la iglesia. El sacerdote tira lejos sus ornamientos, agarra la novia del brazo y los dos se ván corriendo de la iglesia. O entonces el clima se límita a aquel roce de miradas, el mejor juicio prevalece, la celebración se acaba y no pinta más nada.
El clima puede pintar en sitios y momentos poco convenientes. El Bituca se escapa por la banda de la cancha de fútbol con la pelota junto a los piés. Pasa a uno, después a otro. Va a lanzar un centro al area ya viene el zaguero Betón que entra con una zancadilla, pateando la pelota y Bituca juntos. Los dos se enriedan en el suelo. Y pinta um clima. Qué hacer? Ninguno de los dos es homosexual. Aquello nunca había ocurrido con ellos antes. Simplemente pintou um clima. Que no dura mucho, claro. El partido debe continuar. Por las dudas, al patearse el tiro de esquina, cuando el forcejeo en el area grande es comun, los dos se ponen muy lejos uno del otro.
No se puede inducir el clima. Perfumes, iluminación especial, poesía, pornografía, Mile Davis con sordina - nada crea el clima, cuando el clima no quiere pintar. Pero hay noticias del clima pintando en situaciones extremas, entre personas perdidas en la selva, unas con otras o con animales y plantas, y de la frase pintou um clima siendo aceptada como defensa en casos de adulterio y sexo con el amoblado. Nadie sabe exatamente lo que es (no la jerga, sino el fenómeno) pintar en este caso. Puede ser una reacción eletroquímica, puede ser metafísica, nadie lo sabe. Cuando pinta, pinta. El misterio de la atracción humana permanecerá para siempre un misterio. E intraducible.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Aula de Português!
No mesmo dia, após constatarmos que era esse o tema principal do conto, fazermos uma discussão sobre ele, e depois uma prova escrita, minha amiga virou para mim e me disse algo como Sara, você tá fazendo o caminho contrário... Aquilo me soou tão impertinente, mas quando fui responder, percebi que não era de todo mentira. Nos últimos dias, ando parecendo uma garotinha apaixonada, daquelas que nunca gostaram de ninguém, nunca ficaram com ninguém, daquelas que nunca beijaram. Meu Deus! Não sei o que está acontecendo, mas que está divertido, ah, está! Então, analisando melhor o que minha amiga falou, não é que eu esteja realmente fazendo o caminho contrário, mas é como se eu houvesse voltado no tempo e estivesse experimentando sensações que já conheço como se fossem novas. Está realmente interessante essa fase. Haha!
Não estou muito empenhada em buscar explicações para tais atitudes, sensações, ou seja lá o que forem. Estou curtindo como se realmente fosse algo novo. Haha, está realmente divertido (eu sei, já disse isso, mas é que está mesmo!)
Nossa, esse post de hoje ficou parecendo uma página de diário. É isso que dá ficar quase uma semana sem postar. Mas o tempo está tão escasso que não sei quando volto a postar. Mas o próximo post será um texto do Luís Fernando Veríssimo, traduzido para o espanhol por mim e uma colega, na classe de conversação.
Que chique, um blog bilingue! (ah, tá! haha)
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
El Día Perfecto
terça-feira, 10 de novembro de 2009
A vida precisa continuar...
O pior de uma discussão não é a discussão em si, nem a raiva que ela traz, mas é o depois. É depois que passa que você olha pra trás, avalia bem como foi que tudo aconteceu, e percebe o quão idiota você foi. Não por ter ou não razão, mas por perder seu tempo, por estragar seu dia, com uma coisa tão ridícula, tão sem importância.
Estou cada vez mais cansada, mais estressada, cada vez querendo mais que o ano acabe logo, que essa rotina toda acabe logo... Já não aguento mais! E isso está me fazendo pirar... Estou com os nervos alterados, ando mais estourada do que já sou, e qualquer coisa é motivo pra surto. Que droga! E ainda olham para mim e falam algo como: nossa, eu não sei como você aguenta isso tudo sozinha... É, nem eu! Não que não tenha ninguém com quem contar, ou que esteja realmente sozinha, mas não tenho aquele alguém especial...
Mas essa rotina toda está acabando, faltam só mais algumas semanas, e tudo isso será passado. Algumas coisas deixarão saudade, outras darei graças a Deus por terem acabado. Espero terminar de atravessar a ponte logo...
E a vida continua, o tempo passa, as pessoas vêm e vão, e eu continuo vivendo... tentando, pelo menos!