terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Contraste

Ela o admirava. Encantava-se com seu corpo bem feito, parecendo ter sido desenhado por uma mão talentosa. Ele tinha olhos negros que pareciam penetrá-la cada vez que a observavam. Seu abdômen bem definido a enlouquecia e seus ombros largos davam a ela uma enorme sensação de segurança. Ela adorava sentir a barba mal feita dele roçar em suas bochechas, em seu pescoço, em sua barriga. Gostava de beijar aqueles lábios carnudos, de mordê-los, de senti-los passeando por seu corpo.

Ele não conseguia mais imaginar sua vida sem ela. Desejava aquele corpo claro, aquela barriga lisa, aquela cintura fina. Sentia-se cada vez mais seduzido por aqueles olhos claros onde podia observar as pupilas dilatadas quando ela olhava para o escuro. Envolvia-se mais e mais com aquele perfume de folhas de outono que cobria o corpo dela e impregnava-se no seu. Sentia-se atraído por aqueles seios redondos, aquele corpo que de tão pequeno parecia frágil, e que de tão perfeito parecia irreal.
Eles tinham um costume incomum, mas que os encantava e envolvia por incontáveis minutos: observar suas mãos juntas. Os dedos finos e claros dela pareciam seduzidos pela mão forte dele. Seus dedos entrelaçados causavam um contraste encantador. Ela era branca, ele era negro. Dois opostos tão parecidos, tão aproximados, tão envolvidos em um só sentimento. Amavam-se, e isso os bastava.

2 comentários:

Arthur Sunhog Orsi disse...

Erm

eu tenho parte nesse texto, então acredito ter sido ele muito bom. Uma enxurrada de sensações.

Gostei muito

e olha que não moro em Berlim nem sou ....


bom hehe

Sara Duim disse...

É Arthur, acho que é só a minha memória que é ruim... a sua está perfeita!
hehe