Por que não contentar-se com o pouco que foi dado ao invés de chorar pelo muito que não recebeu?
Ela não se contentou com o pouco. Não que houvesse realmente sido pouco, mas havia ficado longe do muito que ela esperava. Decidiu buscar o que deveria lhe pertencer: o amor daquele homem. Não poderia ser tão difícil reconquistar alguém com quem dividiu os melhores anos de sua vida. Sua esperança era grande. Seu amor também.
Quanto mais o tempo passava, mais longe ele parecia estar. Naquela que seria sua tentativa derradeira, viu-se com o coração apertado. Foi ao encontro dele tomada por uma tristeza de despedida. Sabia que aquele encontro seria mesmo o último. Olhou-o demoradamente, a ponto de deixá-lo constrangido. Desculpou-se pelas tantas tentativas, despediu-se rapidamente e saiu correndo, sem dar chance para que ele falasse. Sabia que se o ouvisse, seria mais difícil.
No dia seguinte, ele foi à casa dela devolver o casaco que ela havia esquecido no restaurante, quando saíra apressada. A porta da casa estava destrancada, então ele entrou, chamou por ela, mas não obteve resposta alguma. Ao observar com calma o ambiente em que estava, sentiu-se envolvido por uma morbidez forte demais. Tinha certeza de que algo muito ruim havia acontecido. Avistou então, sobre a escrivaninha, um envelope com seu nome, escrito com a letra dela. Abriu e encontrou um texto pequeno, que fez seus olhos encherem-se de lágrimas. Era uma carta de despedida.
“Meu amor por ti foi triste, e suficientemente grande. Amei-te louca e intensamente. Amei-te triste e grandiosamente. Porque todo grande amor só é bem grande se for triste”.
Um comentário:
Ahhhhh... coisas depressivas domingo de noite =/
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