segunda-feira, 21 de junho de 2010

(...)

Era uma noite de outono. Aquele era o último lugar onde eu gostaria de estar. Mas eu precisava estar lá. O vento gelado fazia minhas mãos doerem, meus pés já estavam dormentes. Como se não pudesse piorar, me conformei, e esperei.
O frio já não me incomodava, meu corpo já estava acostumado àquela sensação gélida. Então, a chuva começou a cair, com pingos cortantes, como se a água fosse capaz de rasgar minha pele. Aquela dor me fez desmoronar. As coisas começaram a girar.
Não era capaz de me mover. Minhas pernas estavam pesadas, meus braços colaram ao corpo. Fui capaz apenas de fechar os olhos e sentir os pingos dilacerarem meu rosto. Sentia minha roupa encharcada, o peso da água caindo sobre meus ombros me fazia crer que não ficaria mais em pé. Minhas pernas amoleceram e meus olhos se fecharam.
Ainda sem recuperar completamente os sentidos, senti o calor daquelas mãos me segurando pelas costas. O carinho daquele abraço me envolvia. A chuva não mais podia cortar minha pele. Já não sentia mais frio. Ele apareceu.

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