sábado, 2 de junho de 2012

Sobre janelas e portas


É linda a paisagem vista pela janela desse cômodo cuja porta teima em ficar aberta. Nesse corredor cheio de passagens que escondem imagens tão possivelmente belas quanto assustadoras, essa é a única porta que permanece sempre aberta. Quando todas as outras se fecham, o brilho que entra pela janela desse cômodo ilumina todo o corredor e atrai toda a atenção para si e para a linda paisagem que pode ser vista dali. Mas quando outra porta se abre, esse brilho diminui. Até que todas se fecham mais uma vez e permitem ao corredor inebriar-se com aquela luz singela e acalentadora...

3 comentários:

willian disse...

gosto dessa construção alegórica, com essa imagem que leva a milhares de interpretações possíveis; naquilo que o Carlos convencionou chamar de Signo Infinito: uma imagem tão vazia de sentido em si que cabe ao leitor atribuir-lhe significado e interpretar da maneira que seu estado de espírito e conhecimento de mundo induzir.
gosto particularmente dessa imagem de corredores e salas. aqui, especificamente, não cabe definir se o personagem principal é a sala com sua porta e janela e seu brilho acalentador ou se é o observador que admira encantado essa linda paisagem, inebriado com o corredor a ponto de nem querer ver as imagens das outras portas que eventualmente se abrem.
é difícil fechar a interpretação e dizer se o texto é sobre uma alegoria que envolve pessoas, a vida, o universo e tudo mais ou se é "apenas" um texto sobre janelas e portas.

Lucas Capra disse...

com a impressão de que você fez um texto sobre a televisão

Lucas disse...

ou talvez um microondas