sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Uma mistura de tédio, vontade de escrever, decepção, medo... É, os sentimentos geralmente se apresentam assim para mim (eu diria sempre, mas me parece tão pesado). Um tédio não por não ter o que fazer – afinal eu tenho, e muito – mas por não querer fazer o que deve ser feito, e sim qualquer outra coisa. Qualquer. Vontade gigantesca de escrever, mas uma certa falta de inspiração toma conta de mim e parece que nada é tão interessante a ponto de fazer despertar uma idéia realmente inspiradora. Decepção? Ah, essa é, definitivamente, a pior sensação do momento, a que me faz mais mal. Decepção comigo, por isso tão ruim. Por saber que eu poderia ter feito mais e melhor, muito mais e muito melhor. Mas não fiz. Já o medo é aquele mesmo de sempre, aquele que não me abandona, meu velho companheiro, e que vez ou outra me faz melhorar, correr atrás do prejuízo e me dedicar. Mas não é sempre, infelizmente. Minha inconstância é mesmo permanente, está sempre presente em todos os meus dias. Não sou a única, sei disso. Mas ainda não me foi dado o poder de saber o que se passa na cabeça dos outros, então, enquanto não aprendo a ler pensamentos, escrevo sobre o que acontece em minha assustadora e confusa mente.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Leitura...

Em um dia complicado, chato, sem sol e de humor alterado, comecei a ler um livro. É, a princípio, mais um entre aqueles requisitados para o vestibular. Mas para mim, tem um significado diferente. Por quê? Não sei dizer muito bem. Uma autora odiada por muitos, mas que me causa sensações interessantes. É possível que seja apenas uma fase, mas ler Clarice Lispector me faz bem, me agrada, me inquieta.
Um conto em especial me chamou a atenção, por falar de uma forma diferente sobre a amizade. Não sei muito bem fazer uma análise sobre o texto - nem quero, muito menos dizer o porquê de ter despertado em mim tamanho interesse. Mas por ter me chamado tanta atenção, resolvi colocá-lo aqui.
"Há tanto tempo precisávamos de um amigo que nada havia que não confiássemos um ao outro. [...] Depois da conversa sentíamo-nos tão contentes como se nos tivéssemos presenteado a nós mesmos. Esse estado de comunicação contínua chegou a tal exaltação que, no dia em que nada tínhamos a nos confiar, procurávamos com alguma aflição um assunto. [...] Mas todos os problemas já tinham sido tocados, todas as possibilidades estudadas. Tínhamos apenas essa coisa que havíamos procurado sedentos até então e enfim encontrado: uma amizade sincera. [...] Mas como se nos revelava sintética a amizade. [...] O mais que podíamos fazer era o que fazíamos: saber que éramos amigos. [...] a solidão de um ao lado do outro, ouvindo música ou lendo, era muito maior do que quando estávamos sozinhos. E, mais que maior, incômoda. [...] A pretexto de férias com minha família, separamo-nos. [...] Sabíamos que não nos veríamos mais, senão por acaso. Mais que isso: que não queríamos nos rever. E sabíamos também que éramos amigos. Amigos sinceros."
Clarice Lispector. Uma Amizade Sincera. In Felicidade Clandestina.
A amizade é algo intrigante. É uma das muitas coisas que me interessam, e sem a qual eu não vivo.

sábado, 12 de setembro de 2009

Desisti de tentar pôr em versos minhas dúvidas e meus medos. Tornam-se poemas (se é que se pode chamá-los assim) muito toscos, e ainda não encontrei maneiras de lapidá-los para que se tornem interessantes. Escrever tudo em frases corridas, sem muita preocupação com nexo ou coesão é muito mais verdadeiro, prático e leal ao que se passa em mim. Quando o choro não sai e o sono não vem, o braço dói de tanto ecrever, pois o pensamento vai longe. Sei que não sou a única no mundo a sentir o que sinto, nem a pensar o que penso, mas me custa muito demonstrar, pareço não saber me expressar direito. Muitas dúvidas surgem enquanto escrevo sobre uma delas, então começo a vagar por elas e me perco num mundo complicado, mas só meu. E esse mundo está fechado para visitação.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Saudades?

É estranho admitir, mas já sinto saudades. Pensar que o tempo passado em sua companhia foi surreal, que as coisas aconteceram de forma inesperada ou que há certa magia envolvida, não torna o fato menos singular. Pelo contrário, faz com que tudo o que aconteceu tenha sua importância aumentada. Não há uma explicação coerente para os pensamentos que se passam pela minha cabeça. Por mais que tente entender, tudo se confunde, se mistura. Sentimentos excêntricos também se fazem perceber. É como se tudo o que já havia dito, pensado ou falado sobre ele, se revelasse agora certo desejo contido, uma vontade alimentada por insinuações (ou seriam manipulações?). Talvez a falta de costume ou talvez a descrença num real sentimento, torne mais difícil a entrega, a doação. O receio (ou medo) de que algo dê errado, de que fuja do controle, ou pior, de que tudo corra bem, torna as coisas um pouco mais complexas. Não que elas realmente o sejam, mas aparentam.

Pincípio...

Não sei muito bem porque é que estou criando isso aqui, mas a vontade foi grande e resolvi criar. Talvez em alguns dias ele já tenha sido esquecido por mim, ou talvez seja ele o meu "refúgio"... não há como saber. A ideia de escrever tem me atraído bastante, e mostrar meus textos às pessoas pode ser uma experiência interessante. Talvez ninguém o visite, ou simplesmente leia e vá embora, mas para mim será como um incentivo a escrever sempre mais. Os pensamentos que aparecerão aqui talvez não façam muito sentido, mas não precisam mesmo fazer! Quero apenas desabafar. E o farei!