quarta-feira, 3 de março de 2010

Espera

Ela esperou que ele aparecesse. Queria apenas conversar. Queria contar seu dia, falar do fim de semana, das coisas que fez desde a última vez que se falaram. Queria ouvir o que ele tinha para contar. Há dias não se falavam direito. Desejou que ele chegasse para acalmar a solidão que apertava seu peito. Não gostava de esperar, mas esperava. Não queria depender, mas não podia evitar a necessidade da companhia. Isso a contradizia, mas queria vê-lo. Precisava vê-lo.
Então ela esperou, colocou-se à disposição, ficou lá, como quem não quer nada, mas certa do que esperava. E ele não apareceu. Ela esperou mais um pouco, mas parecia não adiantar. A solidão em seu peito não podia ser diminuída por quem ela encontrava. Parecia que só ele seria capaz de tirá-la daquela angústia que aumentava a cada pessoa com quem ela falava. Não encontrava em qualquer um o que precisava. Nem mesmo sabia se encontraria nele o que queria, mas era ele a esperança do momento.
E ela continuou ali, como se não houvesse mais o que fazer, desejando que ele aparecesse em seu cavalo branco, a libertasse daquela torre e a salvasse da maldição da bruxa. Mas ele não era um príncipe encantado, nem mesmo ela era uma princesa inocente. E sua vida, principalmente, não tinha nada de conto de fadas. Ele não apareceu.

Um comentário:

Marina disse...

o último parágrafo me lembra alguma música... brick by boring brick (paramore)
"So one day he found her crying
Coiled up on the dirty ground
Her prince finally came to save her
And the rest you can figure out
But it was a trick and the clock struck twelve
Well make sure to build your home brick by boring brick
Or the wolves gonna blow it down"
mas só esse pedaço