quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Dicotomia

Se existe um sentimento capaz de modificar completamente uma pessoa, esse sentimento é o amor. O problema é quando essa mudança torna o amante um chato, ou pior, o casal apaixonado exala uma chatice sem tamanho Aqueles apelidinhos carinhosos que só são agradáveis ao próprio casal, aquelas discussõezinhas que somos obrigados a presenciar... Existe coisa mais irritante que um casal apaixonado? Eles perdem a noção da chatice e não se importam se quem está com eles quer que tudo isso acabe. A chatice do amor é a capacidade que ele tem de nos deixar alienados e abobados. A única coisa que importa para um ser apaixonado é o seu amor, a pessoa amada, é esse o seu único assunto, seu objetivo e sua rotina. Mas é justamente por essa chatice que o amor é tão interessante. É exatamente a alienação causada por esse sentimento que o torna tão atrativo. O amor é ambíguo, e aí está o seu encanto.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Resenha

Essa é a resenha que me fez competir por um jantar num restaurante bacana, oferecido como prêmio do concurso literário da biblioteca do meu colégio... Infelizmente não ganhei, mas a Regi bem que mereceu!! Além do mais, foi uma experiência bastante interessante, e gostei demais do livro, que li em espanhol! Por isso resolvi colocar a resenha aqui... Livro: Como Água Para Chocolate, de Laura Esquivel Em meio a uma interessante mistura de receitas e romances, nasce Tita, já com um destino traçado: por ser filha mais nova, terá que cuidar de sua mãe Helena até que esta morra. A menina cresce ajudando Nacha na cozinha, aprendendo os poderes mágicos que um prato pode adquirir. Até que Tita conhece Pedro e os dois se apaixonam perdidamente, então ele casa-se com Rosaura, irmã de Tita, para ficar mais perto de sua amada. Os apaixonados descobrem na comida uma maneira de comunicar-se e manter vivo o seu amor. Os pratos preparados por Tita têm a capacidade de provocar sensações muito fortes em quem os experimenta, sejam boas ou ruins. Como Água para Chocolate não poderia receber título melhor. Estar como água para chocolate, no México – onde foi escrito o livro – significa estar a ponto de explodir, seja de paixão ou de raiva. E é entre explosões de emoção, com um toque de magia e uma linguagem poética cercada de exageros, que o romance se desenvolve, levando o leitor a viver uma aventura ardente e deliciosa.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Início de semana

Depois de um fim de semana de estudos, cansativo e com uma energia estranha, fui pra casa da Nega. É tão bom fazer isso! Arrumamo-nos, como nas outras tantas vezes, com nossos vestidos rodados e nossas rasteirinhas. Em meio a trocas de roupas e maquiagens, conversamos como não fazíamos há dias. Prontas, lindas como sempre, fomos para a Treze. Deixando as tralhas na chapelaria, entramos, fomos conversar e logo dançar. Uma noite sem ciranda, mas de muito forró, como eu não tinha há tempos. Muitas risadas, tanto de pessoas e situações dali como de histórias que contávamos uma para a outra. Divertido demais! E não acabou ali. Fomos pra minha casa, onde a conversa se estendeu por mais um tempo, e no dia seguinte mais um pouco. Um domingo pra começar bem a semana. E na segunda, o show. Saí do trabalho e fui para a FAP. Encontrei meu pai e meu irmão caçula, fomos os três assistir o músico da família. Uma recepção calorosa, com um astral ótimo. Ao ouvir a voz daquela mulher, fiquei de queixo caído. Não esperava, não mesmo! Uma voz forte, intensa, que tomava conta da sala, enchia o ambiente de magia. As músicas que nos remetiam ao sertão e depois ao mar me encantaram. Mas nenhuma me encantou mais que a Cego com Cego (Tom Zé e José Miguel Wisnik). O jogo de vozes, o Isaac na rabeca, o conjunto da obra, ficou maravilhoso. Ao acabar a música, me senti tão leve, como que voando, mas grudada ali, sem conseguir me mexer, vidrada naquelas pessoas que faziam aquele som delicioso. Foi uma experiência encantadora.