sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Lua

Ela olhou pro céu, a lua brilhava amarela, ainda baixa. Alguns filetes de nuvens passavam pela frente daquela esfera encantadora. Ele segurou as mãos dela, colocou-as sobre os olhos e a fez andar, sem que ela pudesse ver. Apesar de não saber onde pisava, ela andava leve, com a imagem daquela lua em seus olhos fechados. Quando ele a fez parar e abriu seus olhos, sentiu-se envolvida por aquela luz que iluminava o campo onde estavam. Não fosse a lua, estariam mergulhados em breu.
Os dois deitaram na grama, abraçados, admirando aquele espetáculo de um só astro brilhando num céu sem estrelas. Ali ficaram em silêncio, transmitindo um ao outro todo aquele encanto, aquela alegria de estar ali, daquele jeito, inebriados por aquelas sensações.
Ele acariciava os cabelos macios dela, o rosto redondo que tanto admirava. Ela desejava que o tempo parasse, queria que nada mais existisse, ao menos naquela noite, para que aquele sentimento que os envolvia fosse aproveitado ao máximo. Ele queria ficar ali para sempre, ao lado daquela que ele tanto gostava.
A lua já não brilhava amarela, mas sua beleza ainda era incrível. Por causa do frio que fazia ali, ele acendeu uma fogueira pequena, mas suficiente para os dois. Envolveu sua menina com a blusa que havia trazido e ali os dois adormeceram. Quando viu, a lua começava a dar lugar a sol. Acordou sua menina – ele adorava chamá-la de minha menina – para que juntos pudessem ver o sol nascer. Ainda abraçados, admiravam mais aquele espetáculo, e em silêncio, para que pudessem ouvir o canto dos pássaros e a música que dava cor àquele momento.
E como o que é bom precisa acabar para que possa então ser lembrado, eles foram embora. Estavam leves, tão leves que pude vê-los flutuar.